quinta-feira, outubro 26, 2006

O estádio da memória - 2









San Siro, Milano

Porta chiusa. Porta fechada. O jogo é mais um da fase de grupos da liga dos campeões. O estádio tem quase 83 mil cadeiras e não tem povo. Há bandeiras azuis e pretas. A do centro é a maior e diz TI AMO em branco garrafal. Deve estar a fazer, ou deve ter acabado de fazer um ano. Há apenas duas centenas de convivas VIP na bancada. Italianos e portugueses. O silêncio de um estádio vazio permite que se ouça quase tudo. Figo leva com o vernáculo dos compatriotas durante o jogo inteiro. Gente fina é outra coisa.
Do futebol, recordo o fim da monotonia. Queimada pelo fogo do golo do ano. Hugo Almeida, do meio da rua, com a bola parada, livre de preconceitos. O Inter empatou mais tarde. Quando o treinador que agora deve dinheiro ao clube recuou nas substituições até não poder mais. Saiu pela porta pequena. Uma metáfora do futuro.