terça-feira, novembro 07, 2006

O estádio da memória - 3













La Rosaleda, Málaga

O Boavista faz história na Europa e vem aqui discutir a primeira mão dos quartos de final da Taça Uefa. Há-de perder o jogo por um a zero, um resultado aflito nos encontros fora de portas, mas o momento mais marcante da visita acontece na véspera. Durante a conferência de imprensa de Jaime Pacheco e minutos antes, quando Litos entra apressado no autocarro do Málaga, logo após o treino dos espanhóis.
Vou por ordem cronológica dos acontecimentos e começo a contar a história a meio da conversa com o ex-capitão do Boavista. O discurso é de frases feitas e lugares comuns, sem no entanto evitar um nó na ganganta quando diz pela primeira vez em público que deseja vencer o antigo clube. Os jornalistas espanhóis aproveitam logo a boleia deste momento extra por cortesia para a imprensa portuguesa. Litos começa com peró para aqui, peró ali e nós vamos para dentro. O Pacheco está a chegar.
A conferência em português não foge nada do esquema habitual, com o mister a usar e abusar "de uma forma ou de uma maneira". Depois chega a vez das perguntas dos jornalistas espanhóis. Pacheco dispensa a tradutora e responde num português com i enfiado em quase todas as palavras. Dizem-lhe os espanhóis que o Málaga é mais forte porque tem jogadores de maior nomeada. Pacheco fecha o discurso de forma breve: " yó tambiém tiengo gusto. Nó tiengo é dinéro". E mais nada.
PS: O Boavista eliminou o Málaga no jogo de volta. Ricardo marcou de penalty pela primeira vez.